B-R-O Bró - 26/07/2025 - 08:31

B-R-O Bró chega mais cedo ao Piauí com calor acima da média e risco elevado de incêndios

Tempo quente e seco, condições de ventos e a ação humana são determinantes para o agravamento dos focos de incêndio no Estado



Foto: Ccom

Os modelos de previsões meteorológicas indicam que o Piauí tem 80% mais probabilidade de registrar temperaturas acima da média e índices de umidade relativa do ar abaixo do recomendado neste B-R-O Bró antecipado, já que o calor aumentará antes de setembro. Além de problemas de saúde, perdas na agricultura e pecuária e outros tipos de prejuízos, o tempo quente e seco é catalisador de outro efeito negativo: os incêndios.

Para o período entre agosto e outubro, as temperaturas podem ficar até 2˚C acima da média no Piauí, especialmente na região norte. O dado multimodelo produzido pelo CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) indica que, já no mês de julho, a região do extremo sul do Estado está 1,5˚C acima da média.

A climatologista Sara Cardoso, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), fala da previsão para os próximos meses. “As temperaturas permanecerão acima da média climatológica (histórica) e as umidades relativas mínimas, pontualmente no sudoeste e parcela do centro-norte (microrregião de Campo Maior), podem ficar abaixo dos 15% a partir da segunda quinzena de agosto”.

Ainda segundo a Semarh, as temperaturas máximas devem ficar em torno de 38˚C nas regiões sudeste e sudoeste do Piauí. Já a mínima deve ser de 15˚C na mesorregião sudoeste, com o extremo sul do Estado registrando médias abaixo dos 15˚C, e ainda temperaturas altas nas mesorregiões sudoeste, sudeste e centro-norte. Em setembro, a máxima prevista ficará em torno de 39˚C nas regiões centro-norte, sudeste e sudoeste, e a mínima prevista para 20˚C na mesorregião sudoeste, com temperaturas altas nas mesorregiões sudoeste e sudeste.

No mês de agosto, a variação de 1,5˚C se espalha para mais municípios dessa região e em setembro chega a 1˚C, diminuindo a influência para que se inicie o período chuvoso.

No mês de agosto, a variação de 1,5˚C se espalha para mais municípios dessa região e em setembro chega a 1˚C, diminuindo a influência para que se inicie o período chuvoso.

Segundo o diretor de Prevenção e Mitigação da Secretaria Estadual de Defesa Civil, Werton Costa, as altas temperaturas registradas nesse período e a baixa umidade do ar, somadas às condições de ventos e a ação humana, desencadeiam 99% dos incêndios registrados.

“Nessa época do ano, por conta das altas temperaturas, a vegetação perde seu verdor e passa a ser um combustível. Os outros fatores tão relacionados à dinâmica atmosférica. O ar também fica mais seco, sem umidade. Outro fator que favorece a inflamabilidade e pode potencializar a intensidade de um incêndio ou direcionar as chamas são os ventos. Então, temos aí uma combinação natural. Mas o incêndio ou queimada não é um produto da natureza. Um raio provocar um incêndio é um percentual mínimo, menos de 1%. Mesmo as combustões provocadas por um caco de vidro no meio da mata têm condições mínimas de acontecer. A verdade é que o ser humano é o responsável por mais de 90% dos incêndios. Independente da motivação que inicia o ato, é provocado pela ação humana”, explica Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Secretaria Estadual de Defesa Civil.

O Piauí já tem registrado incêndios florestais mesmo antes da chegada do período mais quente e seco do ano. “Na maioria dos casos, o fogo é usado como instrumento de limpeza, mas não se justifica fazer isso fora do calendário agrícola. Quem está fazendo essa queima, está cometendo um grave crime ambiental”, alerta o diretor.

A Defesa Civil, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Corpo de Bombeiros têm atuado de forma integrada para evitar aumento no número de focos este ano. Além do monitoramento climático, as brigadas de incêndio estão recebendo treinamentos e equipamentos para atuarem nos municípios, principalmente aqueles que têm sido atingidos nos últimos anos. As brigadas têm como objetivo principal prevenir e combater incêndios de forma eficiente e localizada, garantindo a segurança da população e minimizando os danos.

O comandante geral dos Bombeiros, coronel Arimateia Rêgo, ressalta que a população não deve fazer queimadas, nem atear fogo em lixões ou em terrenos baldios. “A prevenção é um esforço conjunto, e cada ação individual faz diferença”, ressalta.


Fonte: Ccom